Depois de ter dormido razoavelmente, graças aos meus acessos de tosse por causa da garganta, tomamos um café delicioso - aliás todos os dias, não só pela presença de todos, mas também com os deliciosos croissants fresquinhos JF que Rachel iam cedinho buscá-los. Fizemos uma cesta de pique-nique com pães, queijos, presunto, salame, tomatinhos, uma latinha de "rillete" de atum e água. Saimos às 10hs da manha para Barbizon.
Barbizon é uma pequena cidade encantadora, a uns 10km de Fontainebleau, onde se deu inicio o pré-impressionistas . Vários pintores se reuniam lá para pintar a natureza. Em 1867, o dono de um albergue resolveu fazer uma exposição das obras dos artistas que passavam por lá e acabou chamando a atenção de outros pintores, escritores, inclusive estrangeiros. Logo, esta cidade tornou-se conhecida. Hoje a Escola de Barbizon é considerada o centro geográfico e espiritual de uma colônia de pintores paisagistas, representando em seus quadros, a natureza. Muitos nomes, inclusive internacionais, passaram por aqui.
Fomos portanto no Museu Departamental de Barbizon, onde pudemos ver este movimento paisagista in loco. É situado no albergue em si chamado de L'Auberge Ganne, onde pudemos ver pinturas em armários, paredes, móveis... Acho que eles eram bem doidos. Qualquer pedaço de madeira, ou lugarzinho branco servia de tela para eles. Na parte de cima, tinha desenhos (bem desbotado) de tudo quanto era coisa. Se via que era uma paixão incontrolável. O mais interessante é que numa parede grande a gente não consegue ver direito o desenho, mas assim que pusemos a máquina fotográfica, estes borrões se transformavam em pinturas que na época deveriam ser lindos, pois hoje ainda dá para se ver.
Lá pelas tantas, a responsável pelo museu nos avisa que estava começando um filminho sobre a história na época, os artistas envolvidos, suas obras... Creio que deveria durar uns 45 min, mas não vimos passar o tempo de tão lindo, e interessante! A pessoa que elaborou este filme foi contando um pouco de como os pintores acabaram conhecendo a cidade, como vieram, como viviam e isso tudo por meio das próprias pinturas dos artistas . Um primor! Maravilhoso, emocionante... Saí da sala com o firme propósito de comprar um exemplar, pois não podia deixar de mostrá-lo para minha família e amigos. Fiquei de queixo caído e inconsolável quando a responsável me falou que não tinha mais e não mais o fariam! Mas como! Por quê! Bom, sei lá, mas pelo jeito devem ter razões que eu nunca saberei. Muito triste! Estou ainda muito triste por não ter essa possibilidade. Valeria muito a pena tê-lo.
Enfim, saímos de lá e demos uma volta na rua principal, onde pudemos ver várias casas pequenas ou mesmo grande, com o nome dos artistas que na época passaram por lá e alguns até ficaram. *Maison Théodore Rousseau * Maison Jean-François Millet (alias conheci a estória do seu famoso quadro “Les Glaneuses”, Rosana e Gilberto) * Robert-Louis Stevenson * Jules Coignet, e outros mais. Foi uma manhã maravilhosa que passamos no meio desta descoberta. Coloquei nas fotos só alguns, mas tirei muitas fotos pois achei lindo! Seguimos a pé até onde o carro estava estacionado, e depois de nos colocarmos num lugar super agradável, debaixo da sombra de árvores, começamos a preparar nosso lanche. Já estávamos com fominha! Estava delicioso! Sanduiches de brie, de presunto, de boursin.
Saímos novamente direção Chateau Vaux-Le-Viconte. Não demorou nada, creio que uns 20 km, passando pela cidade de Melun. Para chegar no castelo passamos por uma estrada de uns 3km por meio de árvores lindas, super altas, retinhas, e formando um túnel de folhas! Uma vista maravilhosa .
O castelo foi construído por Nicolas Fouquet (1660) que era superintendente das finanças no reinado de Louis XIV. Ele reuniu o que havia de melhor na época para construir seu castelo. O arquiteto do rei, o pintor da Academia de Pintura, o paisagista famoso Le Notre, e o melhor e famoso pedreiro da época. Esta turma toda já tinha sido chamada pelo jovem rei Luis 14 para construir o Castelo de Vincennes, um pouco antes, e logo em seguida para construir o de Versailles seguindo o modelo de Vaux-le-Vicomte.
É um castelo considerado primor da arquitetura clássica em pleno séc 17, e é hoje a propriedade privada mais importante, considerado como monumento histórico. Pertence a Alfred Sommier e descendentes desde 1875.
Liliane e Mme Tirard estavam contando que para a inauguração do Ccstelo, o dito Fouquet resolveu dar uma festa pra lá de arromba, convidando inclusive o Rei. Parece que o rei ficou com tanta inveja do luxo e ostentação, de tudo que estava vendo nesta festa que ele acabou prendendo-o e logicamente acabou morto! Agora, cá entre nós, onde será que o tal Fouquet conseguiu ter tanto dinheiro? Alguém adivinha? Que maldade pensar isso!
Só o impacto da majestosidade ao vê-lo, já é um espetáculo! L I N D O! Fizemos uma visita de quase 4 horas, só dentro do museu. Ficamos JF e eu separados do grupo, para trás logicamente, para tirarmos fotos daquelas belezas todas. Subimos no “donjon” paa ver a vista lá de cima, que era um cartão postal. Lá de cima vi uma noiva sendo fotografada, e o restaurante principal do museu preparando suas mesas para um jantar, ou festa . Ver todos aqueles jardins trabalhados, foi muito bonito. No final, o pessoal estava nos esperando, bastante cansados de nos esperar. A noite haveria um fogo de artifício, por volta das 10:40 da noite, iriam acender milhões de velinhas em todo o local do castelo, dentro e fora nos jardins, para ter um espetáculo luminoso. Deve ser mágico ver um espetáculo assim!
Finalmente, fomos em frente ao jardim num café, tomamos água, café pra Rachel e Liliane, sorvete para as meninas, Mami e eu. Deu sapituca na Liliane para andar com um carrinho elétrico pelos jardins do Castelo. Fez que fez e as crianças amaram a ideia.15 euros por 45 min, até que não era caro. E lá fomos nós. Rachel e as meninas atrás, Liliane dirigindo e eu como copiloto. Nos divertimos a beça, diga-se de passagem que a Liliane não cresceu quando se trata de brincadeiras deste tipo. Ela se divertiu mais que todos, fazendo tipo auto cross, andando sobre as pedrinhas. Foi muito bom passear por meio aos jardins. Chegando num certo momento, em que a estrada era super reta e sem perigo, Liliane deixou a Daphné dirigir! Foi a glória para a menina! No jantar foi a reflexão mais enfática que ela disse: “a primeira coisa que mais gostei foi dirigir e a segunda este jantar!” rsrsrsr. Demos uma passada na lojinha para ver milhões de opção para compras. Mme. Tirard deu de presente para as meninas um livro ilustrado (lindo) sobre as Fábulas de La Fontaine, elas amaram! Eu achei um livro, alias dois, lindos demais sobre todos os castelos visto  “à vol d'Oiseaux”, peguei a referencia, vamos ver se eu achar em outras livrarias durante a estadia, quem sabe! Depois deste passeio adorável, voltamos para o carro, e chegamos em casa por volta das 19hs, bastante cansados .
Chegamos e demos de cara com o proprietário, M.Pascal, que estava aguando suas plantas. Liliane tinha ajeitado todo o jardim dele, varrido todas as folhas mortas, enfim deu seu toque pessoal. Perguntamos para o dono, e ele nem tinha notado! Que desaponto! O cara é bem cego. Rsrsrs.
Iniciamos nossa jantinha – fast food – um “canard confis” com batatas no forno! Humm! simplesmente uma delicia! As 8 hs já estávamos jantando. Dudu me ligou bem nesta hora em que iríamos começar a jantar, infelizmente acabou não falando, mas prometemos nos chamar mais tarde. JF abriu um St Emilion e no final do jantar me deu aquela moleza típica que os vinhos fortes me dão. Ou seja, já estava imprestável, e resolvi – aliás todos – resolvemos dormir mais cedo, pois todos estavam bem cansados do passeio. Tentei chamar o Dudu novamente, mas ele não atendeu o Skype. Resolvi chamar o Pade antes, pois não estava aguentando mesmo. Ivan e família estavam lá também. Falei 2 minutos e tchau, fui tomar banho e desmaiei triste em não ter condições de mandar o blog, mas paciência ficaria para o dia seguinte cedo.