Provins - Cidade Medieval

Sunday, August 02, 2015
Fontainebleau, Île-de-France, France
Acordei às 6:30, mas esperei até às 7hs para levantar, preguiça era maior. Mas enquanto a Mami estava tomando banho e se arrumando, eu aproveitei para dar uma avança no blog, mesmo sabendo que não teria tempo de mandar, mas pelo menos escreveria o texto para não perder o embalo. Enquanto não ouvi barulho de pessoas acordadas lá embaixo, fiquei mais um pouco adiantando. Desci, tomamos café... JF já tinha saído para buscar os pães, conversamos um pouco e subi para continuar, enquanto os outros estavam aprontando o lanche que iríamos levar. Rachel pensou que como estaríamos numa cidade, não haveria possibilidade de fazer picnic como na véspera. Portanto, prepararam um sanduíche para cada um, levaram água e copos descartáveis. Mami lembrou de levar 2 chocolates para ser irmãmente dividido. Feito isso, saímos por volta das 10:30 sentido Provins.
Provins é uma cidadela medieval, considerada Patrimônio Mundial . Ex-capital dos Comtes de Champagne. Considerada na Idade Média a 3ª cidade da França, depois de Paris e Rouen. Era a cidade que tinha a maior feira do condado de Champagne. O rei favoreceu a cidade com alguns privilégios para atrair os negociantes estrangeiros, a ajudar a fomentar o comércio local. Parece que outro rei, Charles VII assistiu a uma missa em que a Jeanne d'Arc, estava presente, na Igreja Collegiale Saint-Quiriace, isso nos anos de 1429. A rosa é uma vedete aqui. Um tal de Thibaut de Champagne trouxe a primeira nas cruzadas, e até hoje eles conservam e usam o roseiral da cidade.
Bom, depois de uns 60km de Fontainebleau, chegamos a Provins. O carro fica estacionado fora dos muros, e seguimos a pé até o Office de Tourisme. Ali, a recepcionista explica o que tem de essencial para ver, nos dá mapinha e um livrinho dos arredores. Logo na entrada deste Office tem um galpão enorme para as pessoas que quiserem poder almoçar ou tomar lanche. Só tem: mesas e bancos para 10 pessoas. E é lá que comemos nossos gostosos sanduíches . Fui sorteada com um que tinha queijo brie (nada mal, heim?). Depois a uma pequena visita nos toaletes, lá fomos nós conhecer esta tão falada cidade. Só que fomos avisados que a última atração a ser vista era num lugar que era muito frio: "les soutairrains". Tinha deixado minha blusa no carro, tive que pedir para a Liliane pegar antes de seguir a visita.
Realmente a cidade é um mimo. Muito bem cuidada, construções que datam do séc XII e XVIII e todas em excelente estado de conservação, cortininhas nas janelas, florzinhas na frente ou mesmo nas janela. Tem de tudo lá dentro: restaurantes, cafés, hotéis,pensões lojinhas para souvenirs. Hoje o dia era muito bonito, bem quente e ensolarado. Tinha bastante turistas, parece que muita gente vem visitar esta cidade. A cidade se “divide” em duas partes: a baixa, onde fica o centro histórico, e a alta, onde está a cidade medieval.
Entra-se nos muros pela porta S.Jean, e fomos em direção à praça principal. Paramos para a primeira atração: “La grange aux dîmes” – lugar onde era feito a estocagem quando havia as grandes feiras . Parece que vinha muita gente para estas feiras, Fizemos uma visita com o áudioguia, que explicava a ascensão desta cidade graças ao imenso comercio de todas as coisas possíveis. Infelizmente não conseguimos pegar a explicação do declínio. Chegaram a ter 80 mil pessoas na cidade. Lá pudemos ouvir a explicação de várias profissões essenciais da época. Muito bem aproveitado.
Saímos para chegar a Praça Chatel. Muito movimento nos restaurantes e barzinhos, a cidade vive! Muito gostosa de passear e principalmente ficar tomando um suco ou café sentado na calçada.
Fomos andando até a Torre César, do séc XII. É a única torre octogonal com base quadrada. Ela está completamente vazia, e fizeram uma tentativa de colocar um DVD animando um tema medieval numa das salas, mas não deu. Muito ruim. Completamente mudo e sem propósito. Desistimos e continuamos apreciando a vista da cidade.
Próxima parada foi a “Collégiale Saint-Quiriace” (Ou Santo Cyriaque). A gente espera encontrar uma construção pequena e mirrada dentro dos muros da cidade! Mas que nada ... é uma baita igreja. Fiquei de queixo caído vendo-a. Parece que é uma obra inacabada, teve vários problemas durante sua construção, o dinheiro estava faltando, portanto ficou sem terminar. Mas houve vários trabalhos de restauração.
Voltamos para a praça central e paramos num restaurante pequeno, mas muito gostoso e acolhedor. E nos deliciamos com crepes. Cada um pediu uma, menos a Liliane que está cuidando de sua silhueta. Pedimos para experimentar uma com a geleia de rosa (produto artesanal da cidade), e como as meninas pediram com chantilly, ousei pedir também e dividi com a Mami. Gostei muito, valeu a pena. Para beber uma bela sidra geladíssima para acompanhar. Estava muito bom, sem contar que merecíamos um pouco de descanso na sombra.
A seguir fomos até perto dos muros para assistir ao show “A Lenda dos cavaleiros”. Foi muito bom, divertido e envolvente. Neste tipo de teatro eles contam a história da cidade. De como o mal os atacou, mas o bem acabou vencendo, e o casal viveu feliz para sempre. Era a primeira vez que eu assistia a um programa deste jeito . Amei!
Terminado o espetáculo, tivemos que retornar para a praça, e pegar uma descidona para chegar na próxima atração: Les Souterrains. Naquele tempo, Provins era um centro importante de tecidos. A guia nos explicou que estes subterrâneos foram formados em primeiro lugar, a partir da extração das pedras, para fazer as construções das casas. Depois extraiam uma espécie de giz que depois virava cal. Não entendi muito bem o processo. E esta cal servia para limpar o pelo dos carneiros. Para este pelo ser usado, normalmente é muito oleoso, eles precisavam de algo para limpar e poder usar. Então eles colocavam esta lã entre camadas deste tipo de argila resultante chamada “terre à foulon” e pisavam nela por um tempo, como se faz com a uva. Por isso o termo, pois precisavam pisotear, como se fosse sabão, para limpar. A seguir, como embaixo é muito frio, os comerciantes usavam estes subterrâneos para armazenar seus produtos. Eles fechavam estes nichos formados com uma porta de barras, e escrevia seu nome na parede. Pronto. Estava pronto o ancestral do armazém! Outra utilidade foi usar parte desta rede para os encontros clandestinos das reuniões maçônicas . Vários grafites datados ou desenhos vimos nas paredes por lá.
Vimos a casa onde nasceu o Villegagnon, militar e explorador francês, colônia francesa no Brazil. Soube também que o pai de Jules Verne era de Provins. E o romance: “Pierette” de Balzac acontece inteiramente nesta cidade.
Saímos de lá, por volta das 18hs30, e retornamos felizes e muito cansados para casa . Enquanto uns tomavam banho, Liliane e eu iniciamos o jantar. Hoje também teríamos “fast food”! rsrsrs. Fizemos ravióli ao molho vermelho pronto. DELICIOSOS!
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Comments

martorelli
2015-08-03

Simplesmente ADOREI Provins... impressionante como qualquer cidadezinha na França é cheia de vida e turismo !!! Amei as fotos... que lindo dia também hein?!?!?

roni
2015-08-03

Que lugar lindo.
Arrasou nas fotos.

marcomartorelli
2015-08-04

Impressiona o trabalho dos pedreiros da época : os encaixes tridemensionais perfeitos de pedras irregulares, em muros absolutamente lisos e verticais: Um espanto !

lídia
2015-08-04

impressiona mesmo Marco....
Chris....li os posts e estou gostando de ver todos vocês curtindo os passeios.....as fotos estão lindas com o sempre....bj em cada um de vocês.

Rosana
2015-08-04

Eu não possoimaginar como é quanta sabedoria desse povos antigos , tinham para elaborar tantas construções e com tão pouco equipamento! Maravilha aproveitem

liliane
2015-08-04

trop bien de revivre tous ces bons moments partagés!!!! j'attends Moret sur Loing!! bisous

2025-02-10

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