Coulommiers e Meaux

Sunday, August 16, 2015
Fontainebleau, Île-de-France, France
Nosso sábado, foi o dia mais light da viagem. Acordamos relativamente tarde, por volta das 8hs, tomamos café tarde, pois o JF e a Rachel iriam para Paris-Orly buscar a Michèle. Aproveitei para ajeitar minhas coisas. Não sei o que houve, mas parece que o encontro dos 3 demorou bastante, eles não se achavam! Rsrsrs. Chegaram bem as 3hs da tarde. E logo em seguida, enquanto a gente papeava com a Mi, eles saíram, e voltaram com as compras.
Hoje o JF e Rachel resolveram fazer um churrasco, tinha um sol muito gostoso, e em pouco tempo tudo estava pronto para o almoço . Carne, linguiças, hambúrguer, legumes na brasa e salada. Já estávamos com fome. Nosso almojanta estava delicioso. Brindamos a vinda da Michèle, e comemos de sobremesa petit gateau com sorvete. Delicioso.
À tarde, conversei com o Pade, demoradamente, finalmente com tempo e descansada para conversar. E tudo está bem por lá. Matamos a saudades. A noite fizemos nossos planos para o dia seguinte. Originalmente era Paris, mas como as lojas poderiam estar fechadas, preferimos mudar para Meaux e Coulommiers, cidades próximas.
Esqueci de contar que ontem à noite, assistimos a uma comédia "Supercondriac" – as peripécias de um homem hipocondríaco metido em muitas confusões. Foi muito legal! Hilário.
Domingo chegou rapidinho, e antes do café, fui com o JF e Rachel buscar o pão na cidade e dar uma passadinha numa feira “brocante” em frente ao castelo, para conhecer e ver se achava algo de diferente. Vi uma “Cave à liqueurs”, caixa de licor antiga muito parecida com aquela que meus pais tinham, mas a nossa era muito mais fina, elegante! Era a caixa grande, preta, toda trabalhada com dourado e tipo madrepérola . Abria, levantando a frente propriamente dita e a parte de cima, os dois lados laterais abriam também. Dentro tinha uma espécie de cesta dourada que podia ser retirada, com 4 garrafinhas lindas de cristal “Baccarat”, um vidro finíssimo! e em cada lado havia 6 copinhos também de “baccarat” lindíssimos. Lembro que quando a gente morava em Araraquara, o Claude, pequeno ainda, quando estava brincando, derrubou esta preciosidade, que estava num lugar completamente inapropriado, diga-se de passagem – numa mesinha em frente a uma grande porta, com o intuito de, no mínimo, deixá-la em destaque, pois era linda mesmo, mas... Não deu outra... Até que não teve muito desastre, creio que uns dois ou três copinhos se quebraram, na época. Achei no ebay, uma quase igualzinha – aqui vai a descrição do antiquário “Anticstore”. Só o lugar onde ficavam as garrafinhas que era diferente. Tinha só 4 e tinha um suporte com uma alça que era mais alta que as garrafas em dourado, para poder retirá-las.
“Cave à liqueurs en marqueterie Boulle d'écaille et laiton, époque Napoléon III - Cave à liqueur en marqueterie Boulle de laiton et d'écaille de tortue . Forme mouvementée. Base en poirier noirci, importants cartouches et ornementations en marqueterie boulle, filets de laiton doublés. Intérieur en acajou, avec sa verrerie intégrée pourvue de 4 carafes en cristal de Baccarat, et 16 verres (rapportés). Napoléon III vers 1855, entièrement restauré”
Mas hoje, ninguém se lembra do paradeiro desta linda “cave à liqueurs”. Onde será que ela está? Preciso perguntar ao resto da família, para saber se alguém se lembra do paradeiro. Desculpem o devaneio, são só lembranças de um tempo longíquo. Era do Pépé Charles e Mémé Denise, pais da Mémé Ginette.
Felizmente, achei no “Marché” um livro super bacana sobre vinho para dar de presente para o Bob (colega do Pade) que nos convidou para a comemoração de seus 80anos, logo no domingo de minha chegada. É legal esta feira, pois tem realmente de tudo. E não são coisas usadas! Adivinhem com o que me deparei logo as 8hs da manhã? Uma barraca fazendo “paella”! Duas baitas frigideiras e terminando de fazer uma. Cheiro irresistível!
Tomamos café e lá fomos em mutirão para nosso passeio . Primeira cidade Meaux, 83 km de onde estamos. Ou seja uma hora de viagem. Tem bastante coisas para se ver, mas infelizmente vimos só algumas, como por exemplo, os” remparts gallo-momanos”, impressionantes, como conseguem manter em pé estas obras tão antigas! Os muros e o castelo foram construídos por Clovis, em 1612. Parece que divergem quanto a origem desta cidade. Uns dizem que é do tempo de Julio César, outros acham que já existia antes dele, e que seu nome foi dado na época “Castrum Columbarium” – Castelo de pombos – pois tinha uma torre cheia de ninhos de pombos, daí “colombarius”,” Collomiers” e por fim “Coulommiers”. Só vimos os muros, não deu para ver o resto, infelizmente.
A cidade tem uma igreja “Saint Denys Ste Foy”, de estilo neo-romana, consagrada em 1911, para substituir a antiga romana do século XII, que parecia desabar. Acharam melhor demoli-la em 1968. Esta nova é bem grande quase 50m de comprimento e 22 de altura. Os vitrais são modernos, mas colocaram alguns fragmentos dos que estavam na antiga igreja . O sino – pesando 1.500kg – foi transferido da antiga Igreja, e foi batizado de «Louise-Elizabeth», não sei o por quê!
A primeira Igreja dos Capucinos data de 1625. Era pequena com uma só nave abobodada revestida de gesso. Media 33 metros por 16 de altura. Ela tinha uma gruta ou capela baixa famosa pelas suas esculturas representando conchas. Conseguimos vê-la no interior da Igreja N.Sra dos Anjos. Infelizmente, ela está bastante deteriorada, mas dá para ver o trabalho realizado na época. Neste museu municipal, junto a esta recolocação da gruta, tem algumas peças arqueológicas, interessante. Legal foi ver uma “Pharmácia” da época. Eles têm uma completíssima, com todos os móveis, e utensílios que se usava numa farmácia antigamente. Achei super legal! Dois globos super grandes, quase que eu peço um para levar para casa. O Pade sempre quis comprar um para os netos!
Picnicamos no parque dos Capucinos, lugar fascinante. Jardim super bem cuidado, com alamedas, flores, riozinho, lago cheio de patos, cisnes, peixes, fontes, bancos e cadeiras justamente para descansar e curtir o parque . Delicioso! É o mais famoso parque da cidade e dizem ser o mais belo da região. Tinha um ganso super engraçado, gritava o tempo todo, e ficava sempre perto de um casal, ou do homem (sei lá) pedindo atenção... quando o cara não dava, ele gritava... Foi a sensação! Tinha toalete numa das casinhas, e aproveitamos. Depois demos uma volta. Encontramos ruínas de uma porta toda trabalhada. Perece que havia um castelo que foi construído por uma tal de Catarina de Gonzaga no séc XVII e destruído por um tal de Duque Luynes no XVIII (rsrsr) sei lá porque !!!! Hoje só sobrou o pavilhão dos guardas e uma parte do castelo.
Seguimos viagem para Meaux – 27 km/30mn – também uma cidade fortificada, que possui muros, a cidade Episcopal incluindo Catedral de Santo Estêvão e do palácio episcopal (séc. XII e XVI)
Paramos no “Office de tourisme”, alias tem um em toda cidadezinha, por menor que seja!, para ver o que se tem para ver. Perguntei de feira, pois queria comprar um queijo brie que é regional, por sorte era o dia “d” e fomos direto para lá antes que acabasse . Mas não achei o queijo. Em compensação achei uma barraca de um homem que fazia “nougat” (mistura de clara de ovo e mel, apurada) de vários tipos e sabores. Experimentei e achei super gostoso. É o famoso “torrone” italiano. O cara explicou que o dele é mole, pois ele o faz com mel e os duros são feitos com açúcar que acabam virando caramelo e endurecem. Se é verdade, não sei, mas que era bom, isso era!
A Catedral Saint Etienne é monumental. Catedral gótica com uma torre só, a outra ficou inacabada. Iniciaram no séc XII para terminá-la só 4 séculos depois! Mas realmente ela não é a maior em comprimento, a Notre Dame de Paris é maior. Mas sua luminosidade e a fineza fazem com que ela pareça maior! A altura das abobadas é de 15m, sendo a metade da nave principal, e como as muitas janelas permitem entrar uma claridade maior.
No coro da catedral tem a lapide funerária, em mármore preta, de Jacques Bossuet, l'Aigle de Meaux (a águia), a personalidade mais importante da história da cidade. Ele foi Bispo de 1682 a 1704 . Chamado assim, pois ele não temia o “Roi Soleil” (Luis 14). Existe dentro da Catedral 2 estátuas dele. Uma ele sentado no seu trono episcopal e a segunda de pé, rezando tendo ao seu lado pessoas de grande influencia. Do outro lado tem uma capela com outra monumento funerário, um burguês Jean Rose, morto em 1364 pois era benfeitor da cidade e construiu um hospital para acolher os órfãos. Realmente uma igreja que impacta. Gostei muito!
Do lado de fora, vi o “vieux chapitre” (XIIIe séc), antigo palácio dos cânones da catedral. Pelo que vimos no pátio devem encenar peças, ou musicas/concertos, não sei ao certo, mas tinha um monte de cadeiras e holofotes. Não vimos os jardins Bossuet, ao que parece é feito em formato de uma mitra de bispo, e foi atribuído ao famoso Le Nôtre. E nem o Palácio Episcopal.
De lá, demos uma passadinha numa creperie bretã, onde nos deliciamos com uma crepe cada um e uma bol de sidra. Foi muito providencia, pois a turma toda estava com fome! rsrsrs.
Chegamos em casa uma hora depois. Fizemos uma bela janta, ravióli com molho e uma salada, e fomos descansar.
Other Entries

Comments

martorelli
2015-08-19

Uau... mais um dia maravilhoso.....

marcomartorelli
2015-08-19

Dá prá sentir até o cheiro desse churrasco!

Rosana
2015-08-19

Deu vontade de tudo mas a paella e a sobremesa de chocolate Hummmmm!traz na mal por favor Rsrsrs!

2025-02-12

Comment code: Ask author if the code is blank