Logo
cedo, por volta das 7hs da manhã, Roberto sai para comprar o pão do café da
manhã. A casa tinha um monte de capsulas, açúcar, adoçante. Vieram 3 tipos
diferentes de pão, um mais gostoso que o outro, mas o que mais deu ibope foi o
“ciabatta”, crocante por fora e com um miolo delicioso. Até o final de nossa
estadia, este foi nosso favorito. A vendedora já conhecia o que ia vender
quando via o Beto chegando! rsrsrsrs.
Bom,
este dia foi escolhido para passear e conhecer um pouquinho a cidade de Turim.
Portanto logo que nos arrumamos, saímos, deixando o Dudu e Nara com as crianças
descansando um pouquinho mais. Estava bastante frio, mas não parecia inverno de
jeito nenhum, bem ameno.
Primeira
parada: DUOMO. Construído no final
do século XV, é o único edifício religioso em estilo renascentista da cidade.
Desde 1578, abriga o Santo Sudário. Atualmente o Duomo fica em um dos pontos
mais ricos da história da cidade, a poucos passos da área arqueológica e quase
adjacente ao Teatro Romano da antiga Julia
Augusta Taurinorum.
Uma torre externa, ou “torre campanaria”, dedicada a
Sant'Andrea, de 1410, teve em 1720 sua altura aumentada em estilo barroco por
cerca de 12 mts.
O
interior da Catedral de Turim está cheio de obras de arte de pintores, como o
políptico dos Santos Crispino e Crispiniano, obra de Giovanni Spanzotti. A
Madonna com quatro santos (1655), o retábulo com Santa Barbara e San Girolamo e
da Madonna com os santos Ippolito e Cassiano (1656) são de Bartolomeo
Caravoglia. O grande órgão é de 1874, colocado acima de um maravilhoso coro de
madeira dourado de 1741.
No
fundo à esquerda, pode-se ver a Capela do Sudário com o altar de Bertola, que
foi seriamente danificada durante o incêndio de 1997. A restauração terminou
com a reabertura da capela em 2018.
O
SANTO SUDÁRIO é uma peça de linho que
mostra a imagem de um homem que aparentemente sofreu traumatismos físicos de
maneira consistente com a crucificação. As evidências históricas e científicas
apontam para ser uma criação medieval. É atestado com segurança pela primeira
vez em 1390; a datação por radiocarbono de uma amostra do tecido é consistente
com esta data.
O
Santo Sudário está guardado na
Catedral de São João Batista, desde o século XIV. Pertenceu desde 1357 à casa
de Saboia que em 1983 o doou ao Vaticano. A peça é raramente exibida em
público; a última exposição foi no ano 2010, quando atraiu mais de 2 milhões de
fiéis. É só o Papa que autoriza sua exposição.
O
Santo Sudário, segundo a tradição
católica, é o lençol funerário no qual Jesus foi envolvido depois de ter sido
descido da cruz. A narração dos Evangelhos refere que José de Arimatéia depôs o
corpo de Jesus no sepulcro depois de tê-lo envolvido nem lençol.
A
imagem no manto é em realidade muito mais nítida na impressão branca e negra do
negativo fotográfico que em sua coloração natural. A imagem do negativo
fotográfico do manto foi vista pela primeira vez em 1898 através da chapa
inversa feita pelo fotógrafo amador Secondo Pia, que recebeu a permissão para
fotografá-lo durante a sua exibição na Catedral de Turim.
A
origem da peça é conhecida como Santo
Sudário. Os pesquisadores cunharam o termo "sindonologia", do
grego σινδών (sindon), a palavra usada no Evangelho segundo Marcos para
descrever o tipo de tecido comprado por José de Arimateia para usar como
mortalha de Jesus.
Segunda
parada: PALACIO REAL. (15 euros
adultos). É o antigo palácio real da Casa de Saboia. É a primeira e a mais
importante das residências construídas pelos Saboia no Piemonte. Ergue-se no
coração da cidade, na centralíssima Piazza Castelo, da qual partem as
principais artérias do centro histórico, as ruas Pó, Roma, Garibaldi e Pietro
Micca.
O
Palazzo Reale di Torino foi, originalmente, um palácio episcopal, com o nome de
Palazzo di San Giovanni, até ao final do século XVI. Isto é comprovado pelo
fato de Emanuel de Saboia, quando resolveu transferir a sede ducal de Chambéry
para Turim, em 1562, o ter escolhido como sua residência pessoal, expropriando
o seu legítimo proprietário, depois de ter passado alguns anos no adjacente
Palazzo Madama e Casaforte degli Acaja, o qual não tinha condições suficientes
para ser elevado às funções de Corte. Foi assim que, no século XVI, o Palazzo
di San Giovanni se tornou no Palazzo Ducale di Torino. Sob Carlos Emanuel II de
Saboia a cidade foi ampliada partindo da parte lateral do próprio palácio,
criando assim a Via Pó e chegando à Piazza Vittorio Veneto.
A morte de Vítor
Amadeu I de Saboia, ocorrida em 1637, colocou na cúpula do ducado uma dama,
Cristina Maria da França, definida como "Madama Reale" (Dama Real), a
qual era grande apreciadora deste lugar. Depois dos desastres provocados pelo
cerco de 1640, o edifício foi danificado, e os ambientes foram reconstruídos.
Uma
muito agradável surpresa ver o interior deste Palácio. Realmente muito lindo,
salas muito bem decoradas, tendo como ponto alto – no primeiro andar, a
imponente Galeria de Daniel, do século XVIII, com afrescos do vienense Daniel
Seyter, (rivalizava com a Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes), na
qual se inspirava antes de ser transformada, durante o reinado de Carlos
Alberto. O Salão Chinês, obra de Beaumont, e a Armaria Real. Também muito
lindos são apartamento de Inverno do Rei e a Sala do Trono. Valeu o passeio.
No
portão da frente, na grade, há 2 cavalos e cavaleiros representando Castor e
Pólux – irmãos gêmeos da mitologia grega e romana. No mito, os gêmeos partilham
a mesma mãe, Leda, porém têm pais diferentes - o que significa que Pólux, por
ser filho de Zeus, era imortal, enquanto Castor não o era.
Com a morte deste,
Pólux pediu a seu pai que deixasse seu irmão partilhar da mesma imortalidade, e
assim teriam sido transformados na constelação de Gêmeos. Os dois são tidos
como padroeiros dos navegantes. Também citada na bíblia «E três meses depois
partimos num navio de Alexandria que invernara na ilha, o qual tinha por
insígnia Castor e Pólux.» (At 28:11). Infelizmente, por ser inverno, o jardim
não estava nos seus melhores dias, mas creio que no verão ou primavera deve ser
bem bonito.
Terceira
parada: seria para almoço no EATALY,
da Via Lagrange, que fica no centro, perto do Palácio. Rapidinho chegamos lá.
Era um lugar bem pequeno e apertado. Mesinhas na calçada, todas com o aviso de
reservado. Entramos e demos de cara com um monte de chocolates, foi nos
oferecido uma provinha para aguçar nossa vontade, não nos fizemos de rogados!
Rsrsrsr, estava uma delícia. Mas infelizmente tinha um espera de mais de uma
hora e meia. Muito tempo para quem já estava com fome. Mas o Dudu ainda não
tinha chegado para nosso encontro, estavam um pouco (!) atrasados. De tanto que
nós insistirmos, eles acabaram por nos acomodar na calçada, ou seja, não era
verdade que estava reservado. Infelizmente, não sabíamos que havia 2 Eataly !
Adivinhem se o Dudu não foi para o outro...! (Lingotto, na Via Nizzi) rsrsrsr.
Bom, depois de algum tempo, lá vem ele e os dois fofinhos a tiracolo, ou
melhor, nos 2 carrinhos. Aliás, um foi emprestados pela Rosana, que, por
coincidência, era uma McLaren também, só que de outra cor (marrom e preto),
muito providencial, pois 2 bebés que não andam, poderiam ser um grande problema
para a coluna dos pais.
Finalmente todos juntos, almoçamos. E nos divertimos
pra valer, principalmente o quanto que os mais velhos curtiram os menores. Era
lindo de se ver o quanto eles deram atenção e cuidaram dos pequenos.
Quarta
parada: MUSEU EGIPCIO Parte
imperdível da cidade de Turim. Considerado top, em questão egípcia, não
poderíamos deixar de ir. Ainda em SP e RJ, o Marco preparou uma apostila sobre
um pouco de geografia e história para que as crianças possam entender um pouco
mais sobre esta civilização. Claro que foram pinceladas, mas seria sempre
melhor do que chegar lá completamente sem noção! Passamos bem mais de hora,
passando pelos pontos mais altos deste museu, pois criança cansa fácil com
assuntos sérios destes, mas em linhas gerais todos gostaram e se interessaram
pelo assunto.
Roberto
saiu do Rio tendo em mente conhecer o estádio do Juventus, pois o Felipe é
completamente apaixonado por esportes, principalmente futebol. É impressionante
o que ele sabe, conhece, se interessa por tudo que tem relação com futebol!
Tudo que você perguntar para ele, que seja nacional ou internacional, ele sabe
TUDO: datas, gols, jogadores, bandeiras, etc.
.. Tudo mesmo. É lindo e
impressionante, como consegue guardar tudo na cabecinha dele. Infelizmente,
quando se trata de grupo, tudo fica mais enrolado, e não deu outra, Beto, Lipe
e Dudu saíram alguns minutos mais tarde do Museu e acabaram chegando 10mn mais
tarde e não conseguiram entrar. FRUSTRAÇÃO geral! Ficamos muito tristes com
isso, mas Beto não conseguiu convencer o pessoal a deixá-los entrar rapidinho.
Ficou muito chato... Iria tentar na 4ª feira.
Enquanto
isso, Marco voltou de carro com Ivan, e eu, Deia, Bibi, Nara e Matteo
voltaríamos com a Nara. Andamos feitos condenadas, e nada de achar o
estacionamento onde o carro ficou! Acreditam... andamos por umas 2horas, dando
voltas, sem conseguir achar. Até que retornamos no ponto inicial, ou seja, o
Eataly, para tentar voltar os passos e finalmente conseguir achar. Estávamos
todas estressadas e cansadas, mas finalmente conseguimos. Era um estacionamento
subterrâneo enorme, com 4 entradas independentes. Uma loucura realmente.
Conseguimos sair às 19hs para retornar à casa.
Nara, super preocupada com o
término da feijoada que eu tinha e para receber o pessoal. Não posso negar eu
também estava um pouco preocupada, mas como sabia que o Marco estava em casa, e
que tudo estava praticamente preparado, tinha certeza que ele iria tomar a
dianteira. O pior é que nós não tínhamos internet para avisar que não achávamos
o estacionamento, até que passando na rua em frente uma loja, a Bibi percebeu
que tinha um pouco de Wifi, e mandou uma mensagem, mas ela só saiu num outro
ponto de Wifi e eu não vi o que ela mandou (não estamos achando o estacionamento),
mas eles não entenderam isso, mas sim que não achava lugar para estacionar em
frente a casa! Marco até saiu para ver se ajudava, mas realmente só bem mais
tarde nós conseguimos chegar. Para dizer a verdade, chegamos junto com os
convidados! Triste...
Chegando
em casa, não tinham feito o arroz, tinha louça na pia, não tinham feito a
caipirinha... ainda bem que, mesmo longe, são família, e eu fiz questão de
avisá-los que não teria frescura nenhuma. Além de nós 14, havia mais 9
pessoas... doideira total, mas mesmo assim, conversando fui terminando de fazer
a janta. Eles tinham trazido queijos, embutidos, vinho, e sobremesas.
Estava
lá a FAMÍLIA TONELLI. Eles são
primos de primeiro grau do Renato. Tony e Mario – filhos do
Zio Aldo e da Zia Aurora, um casal simplesmente fascinante, super agradáveis
que nos receberam pelo menos duas vezes na casa deles. Uma vez eu com meus 3
filhos, e a segunda o Marco.
Tony
(projetista de indústria aposentado) com a esposa Fiorenza, (secretaria em empresa), sua filha Alessandra (Trabalha na Suzuki setor marina, sua outra filha Francesca, seu marido Sylvain e seu filhinho da idade do Luca,
Tobias (nascido em fevereiro) – Ela,
professora de Italiano, na França e ele formado em podologia – e morram numa
cidadezinha de 500 habitantes perto de Turim, mas do lado francês dos Alpes,
Villarodin-Bourget, 73500, côté Bourget. Rossana,
(trabalha com o marido), esposa do Mario (empresa de compra e venda de
imóveis), uma simpatia também, bem falante. E Natalia, que conhecemos nesta data, ela é a viúva de Flávio, irmão mais novo dos irmãos. Eu
sei que foi uma noite pra lá de agradável. Todos muito simpáticos, e se
identificaram bastante com meus meninos e meninas. Comeram de tudo e gostaram
de tudo, pelo menos é o que demonstraram. Servi também um monte de castanha de
caju, que acabou rapidinho, de sobremesa goiabada cascão com catupiry e uma
castanha de caju por cima, balas de coco, doce de leite e paçoquinha. Eu sei
que foi uma comilança total. Rossana levou uns doces tipo sonho com creme,
delicioso, (Zeppoline e uns biscoitos de amêndoas, Mombaruzzi). Tony levou um
espumante, e 6 garrafas de vinho tinto, Fiorenza levou frios (deliciosos) e queijos italianos, e a Francesca trouxe da França uns queijos também. A caipirinha
com pinga nossa e limão Taiti. Experimentaram a farofa que levamos, só faltou a
couve! Eu até tinha pensado em levar, mas na última hora o Marco não foi na
feira para comprar e desistimos desta iguaria.
O Marco fez questão de levar
nossa pimenta também, num vidrinho pequeno. Só imagino a cara dos funcionários
da alfandega se por acaso pegassem nossas malas para revistar !!! A noite foi
bem farta e para lá de deliciosa.
Fiquei com vontade de acrescentar um pedaço do blog de nossa viagem de Jan 1989, eu e as 3 crianças pequenas, quando demos uma passada na casa dos Pais do Tony e Mario. "Descemos do trem em "Porta Nuova", em Torino, e fomos subindo até o saguão, procurando uma pessoa parecida com Zio Aldo.
Esperamos no alto da escada perto da saída um tempão e nada! Deixei as crianças
e as malas num canto da estação – muito contra a vontade do Beto. Fui numa
livraria e troquei em cédulas de 1.000 a minha de 10.000 L. Expliquei para o
bilheteiro que precisava chamar uma pessoa: como fazer? Ele me indicou o alto
falante no cais nr 1. Fui até lá e pedi para anunciar “Zio Aldo”. Pedi até para
a moça me trocar a nota de mil liras para poder comprar 1 “gettone”. Ela não
trocou, mas me deu uma. Agradeci muito e voltei para junto das crianças que
estavam super inseguras."
Após mais
uns 15 min. de espera, decidi ligar. Falei com Zia Aurora, e ela me disse que
tinham informado ao Tio que o trem pararia na “Porta Nuova” e não “Susa”. Mas
era para a gente esperá-lo no bar da estação que ele logo estaria conosco. Foi
o que fizemos. Logo
depois com o escuro da noite e um frio de -6°C, acrescido da “fifa” de me
encontrar sozinha neste lugar, chega um homem de sobretudo e chapéu quase que
correndo em nossa direção.
Só podia ser ele. Levou-nos para casa e lá
finalmente descobri Tia Aurora. Que casal lindo! Lindo de coração! Uma
gracinha. Fomos super bem recepcionados, como se fôssemos velhos amigos. Ela tinha feito um banquete para nós
naquela noite, e dormimos os 4 numa cama de casal. Na noite seguinte aceitei
levar o sofazinho de 2 lugares da sala e colocamos no quarto. Duda dormiu lá e
nós ficamos um pouco melhor.
Foi muito
bom tê-los conhecido, umas pessoas super simples e de coração aberto. Não se
irritaram com as crianças nem uma vez, trataram-nas com muito carinho. O Tio
nos colocou no trem – literalmente – escolheu os lugares e deixou-nos com
muitos abraços. Quando chegamos à Porta Susa, lá estava ele, para nos dizer
adeus mais uma vez! E me alertar que se o trem fosse rápido podia ser que
tivesse um suplemento para pagar, mas depois de se certificar, ele confirmou
que não. Dois minutos depois saiu o trem definitivamente e demos-lhe nosso
último adeus! ...”
5 anos depois, em Maio 94, Marco teve a oportunidade de encontrá-los também. "Como
parte do turbilhão de emoções por que passamos naqueles momentos, uma
particularmente me tocou: lá pelas tantas, Zia Aurora me levou para o quarto em
que os hospedara, mostrou-me as acomodações, como que esperando uma aprovação.
Foi então que abriu uma gaveta da cômoda, e dela retirou, perfeitamente limpa,
passada e dobrada uma pequena camisa branca que o Roberto havia esquecido
quando lá estivera! Ela a guardara cuidadosamente por todos esses anos, na
esperança de devolvê-la um dia... Eu
sei que acabaram saindo mais de 11hs todos muito felizes com este encontro tão
especial. Queria muito ter feito um vídeo na hora, mas a Paula estava viajando
e o Renato e a Maria não tem celular com essa possibilidade. Então fiz um vídeo
da família deles e mandei para Paula e Claudia, mostrar para os pais.
Depois
que saíram, todos me ajudaram a colocar a cozinha em ordem e rapidamente estava
tudo limpo para a gente ir descansar, pois o próximo dia também seria puxado.
Marco
2020-03-12
Desde 1989, com 4 gerações de Tonelli e outras 4 de Nahas/Martorelli. Notável, não!?
Marco
2020-03-12
E a feijoada, com 100% de ingredientes trazidos do Brasil e inteiramente preparada na Itália... Inédito?
Madeleine (Toulouse)
2020-03-15
Quel beau 'blog' ... j 'apprécie beaucoup toutes les indications sur la ville, les lieux (je voyage sans me fatiguer : merci Chris)
Débora
2020-03-15
Foram realmente momentos maravilhosos em família! Amei o registro das viagens anteriores de vcs pra lá!