Dia de passeio por Turim

Sunday, February 23, 2020
Turin, Piedmont, Italy
Logo cedo, por volta das 7hs da manhã, Roberto sai para comprar o pão do café da manhã. A casa tinha um monte de capsulas, açúcar, adoçante. Vieram 3 tipos diferentes de pão, um mais gostoso que o outro, mas o que mais deu ibope foi o “ciabatta”, crocante por fora e com um miolo delicioso. Até o final de nossa estadia, este foi nosso favorito. A vendedora já conhecia o que ia vender quando via o Beto chegando! rsrsrsrs. Bom, este dia foi escolhido para passear e conhecer um pouquinho a cidade de Turim. Portanto logo que nos arrumamos, saímos, deixando o Dudu e Nara com as crianças descansando um pouquinho mais. Estava bastante frio, mas não parecia inverno de jeito nenhum, bem ameno. Primeira parada: DUOMO. Construído no final do século XV, é o único edifício religioso em estilo renascentista da cidade. Desde 1578, abriga o Santo Sudário. Atualmente o Duomo fica em um dos pontos mais ricos da história da cidade, a poucos passos da área arqueológica e quase adjacente ao Teatro Romano da antiga Julia Augusta Taurinorum. Uma torre externa, ou “torre campanaria”, dedicada a Sant'Andrea, de 1410, teve em 1720 sua altura aumentada em estilo barroco por cerca de 12 mts. O interior da Catedral de Turim está cheio de obras de arte de pintores, como o políptico dos Santos Crispino e Crispiniano, obra de Giovanni Spanzotti. A Madonna com quatro santos (1655), o retábulo com Santa Barbara e San Girolamo e da Madonna com os santos Ippolito e Cassiano (1656) são de Bartolomeo Caravoglia. O grande órgão é de 1874, colocado acima de um maravilhoso coro de madeira dourado de 1741. No fundo à esquerda, pode-se ver a Capela do Sudário com o altar de Bertola, que foi seriamente danificada durante o incêndio de 1997. A restauração terminou com a reabertura da capela em 2018. O SANTO SUDÁRIO é uma peça de linho que mostra a imagem de um homem que aparentemente sofreu traumatismos físicos de maneira consistente com a crucificação. As evidências históricas e científicas apontam para ser uma criação medieval. É atestado com segurança pela primeira vez em 1390; a datação por radiocarbono de uma amostra do tecido é consistente com esta data. O Santo Sudário está guardado na Catedral de São João Batista, desde o século XIV. Pertenceu desde 1357 à casa de Saboia que em 1983 o doou ao Vaticano. A peça é raramente exibida em público; a última exposição foi no ano 2010, quando atraiu mais de 2 milhões de fiéis. É só o Papa que autoriza sua exposição. O Santo Sudário, segundo a tradição católica, é o lençol funerário no qual Jesus foi envolvido depois de ter sido descido da cruz. A narração dos Evangelhos refere que José de Arimatéia depôs o corpo de Jesus no sepulcro depois de tê-lo envolvido nem lençol. A imagem no manto é em realidade muito mais nítida na impressão branca e negra do negativo fotográfico que em sua coloração natural. A imagem do negativo fotográfico do manto foi vista pela primeira vez em 1898 através da chapa inversa feita pelo fotógrafo amador Secondo Pia, que recebeu a permissão para fotografá-lo durante a sua exibição na Catedral de Turim. A origem da peça é conhecida como Santo Sudário. Os pesquisadores cunharam o termo "sindonologia", do grego σινδών (sindon), a palavra usada no Evangelho segundo Marcos para descrever o tipo de tecido comprado por José de Arimateia para usar como mortalha de Jesus. Segunda parada: PALACIO REAL. (15 euros adultos). É o antigo palácio real da Casa de Saboia. É a primeira e a mais importante das residências construídas pelos Saboia no Piemonte. Ergue-se no coração da cidade, na centralíssima Piazza Castelo, da qual partem as principais artérias do centro histórico, as ruas Pó, Roma, Garibaldi e Pietro Micca. O Palazzo Reale di Torino foi, originalmente, um palácio episcopal, com o nome de Palazzo di San Giovanni, até ao final do século XVI. Isto é comprovado pelo fato de Emanuel de Saboia, quando resolveu transferir a sede ducal de Chambéry para Turim, em 1562, o ter escolhido como sua residência pessoal, expropriando o seu legítimo proprietário, depois de ter passado alguns anos no adjacente Palazzo Madama e Casaforte degli Acaja, o qual não tinha condições suficientes para ser elevado às funções de Corte. Foi assim que, no século XVI, o Palazzo di San Giovanni se tornou no Palazzo Ducale di Torino. Sob Carlos Emanuel II de Saboia a cidade foi ampliada partindo da parte lateral do próprio palácio, criando assim a Via Pó e chegando à Piazza Vittorio Veneto. A morte de Vítor Amadeu I de Saboia, ocorrida em 1637, colocou na cúpula do ducado uma dama, Cristina Maria da França, definida como "Madama Reale" (Dama Real), a qual era grande apreciadora deste lugar. Depois dos desastres provocados pelo cerco de 1640, o edifício foi danificado, e os ambientes foram reconstruídos. Uma muito agradável surpresa ver o interior deste Palácio. Realmente muito lindo, salas muito bem decoradas, tendo como ponto alto – no primeiro andar, a imponente Galeria de Daniel, do século XVIII, com afrescos do vienense Daniel Seyter, (rivalizava com a Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes), na qual se inspirava antes de ser transformada, durante o reinado de Carlos Alberto. O Salão Chinês, obra de Beaumont, e a Armaria Real. Também muito lindos são apartamento de Inverno do Rei e a Sala do Trono. Valeu o passeio. No portão da frente, na grade, há 2 cavalos e cavaleiros representando Castor e Pólux – irmãos gêmeos da mitologia grega e romana. No mito, os gêmeos partilham a mesma mãe, Leda, porém têm pais diferentes - o que significa que Pólux, por ser filho de Zeus, era imortal, enquanto Castor não o era. Com a morte deste, Pólux pediu a seu pai que deixasse seu irmão partilhar da mesma imortalidade, e assim teriam sido transformados na constelação de Gêmeos. Os dois são tidos como padroeiros dos navegantes. Também citada na bíblia «E três meses depois partimos num navio de Alexandria que invernara na ilha, o qual tinha por insígnia Castor e Pólux.» (At 28:11). Infelizmente, por ser inverno, o jardim não estava nos seus melhores dias, mas creio que no verão ou primavera deve ser bem bonito. Terceira parada: seria para almoço no EATALY, da Via Lagrange, que fica no centro, perto do Palácio. Rapidinho chegamos lá. Era um lugar bem pequeno e apertado. Mesinhas na calçada, todas com o aviso de reservado. Entramos e demos de cara com um monte de chocolates, foi nos oferecido uma provinha para aguçar nossa vontade, não nos fizemos de rogados! Rsrsrsr, estava uma delícia. Mas infelizmente tinha um espera de mais de uma hora e meia. Muito tempo para quem já estava com fome. Mas o Dudu ainda não tinha chegado para nosso encontro, estavam um pouco (!) atrasados. De tanto que nós insistirmos, eles acabaram por nos acomodar na calçada, ou seja, não era verdade que estava reservado. Infelizmente, não sabíamos que havia 2 Eataly ! Adivinhem se o Dudu não foi para o outro...! (Lingotto, na Via Nizzi) rsrsrsr. Bom, depois de algum tempo, lá vem ele e os dois fofinhos a tiracolo, ou melhor, nos 2 carrinhos. Aliás, um foi emprestados pela Rosana, que, por coincidência, era uma McLaren também, só que de outra cor (marrom e preto), muito providencial, pois 2 bebés que não andam, poderiam ser um grande problema para a coluna dos pais. Finalmente todos juntos, almoçamos. E nos divertimos pra valer, principalmente o quanto que os mais velhos curtiram os menores. Era lindo de se ver o quanto eles deram atenção e cuidaram dos pequenos. Quarta parada: MUSEU EGIPCIO Parte imperdível da cidade de Turim. Considerado top, em questão egípcia, não poderíamos deixar de ir. Ainda em SP e RJ, o Marco preparou uma apostila sobre um pouco de geografia e história para que as crianças possam entender um pouco mais sobre esta civilização. Claro que foram pinceladas, mas seria sempre melhor do que chegar lá completamente sem noção! Passamos bem mais de hora, passando pelos pontos mais altos deste museu, pois criança cansa fácil com assuntos sérios destes, mas em linhas gerais todos gostaram e se interessaram pelo assunto. Roberto saiu do Rio tendo em mente conhecer o estádio do Juventus, pois o Felipe é completamente apaixonado por esportes, principalmente futebol. É impressionante o que ele sabe, conhece, se interessa por tudo que tem relação com futebol! Tudo que você perguntar para ele, que seja nacional ou internacional, ele sabe TUDO: datas, gols, jogadores, bandeiras, etc. .. Tudo mesmo. É lindo e impressionante, como consegue guardar tudo na cabecinha dele. Infelizmente, quando se trata de grupo, tudo fica mais enrolado, e não deu outra, Beto, Lipe e Dudu saíram alguns minutos mais tarde do Museu e acabaram chegando 10mn mais tarde e não conseguiram entrar. FRUSTRAÇÃO geral! Ficamos muito tristes com isso, mas Beto não conseguiu convencer o pessoal a deixá-los entrar rapidinho. Ficou muito chato... Iria tentar na 4ª feira. Enquanto isso, Marco voltou de carro com Ivan, e eu, Deia, Bibi, Nara e Matteo voltaríamos com a Nara. Andamos feitos condenadas, e nada de achar o estacionamento onde o carro ficou! Acreditam... andamos por umas 2horas, dando voltas, sem conseguir achar. Até que retornamos no ponto inicial, ou seja, o Eataly, para tentar voltar os passos e finalmente conseguir achar. Estávamos todas estressadas e cansadas, mas finalmente conseguimos. Era um estacionamento subterrâneo enorme, com 4 entradas independentes. Uma loucura realmente. Conseguimos sair às 19hs para retornar à casa. Nara, super preocupada com o término da feijoada que eu tinha e para receber o pessoal. Não posso negar eu também estava um pouco preocupada, mas como sabia que o Marco estava em casa, e que tudo estava praticamente preparado, tinha certeza que ele iria tomar a dianteira. O pior é que nós não tínhamos internet para avisar que não achávamos o estacionamento, até que passando na rua em frente uma loja, a Bibi percebeu que tinha um pouco de Wifi, e mandou uma mensagem, mas ela só saiu num outro ponto de Wifi e eu não vi o que ela mandou (não estamos achando o estacionamento), mas eles não entenderam isso, mas sim que não achava lugar para estacionar em frente a casa! Marco até saiu para ver se ajudava, mas realmente só bem mais tarde nós conseguimos chegar. Para dizer a verdade, chegamos junto com os convidados! Triste... Chegando em casa, não tinham feito o arroz, tinha louça na pia, não tinham feito a caipirinha... ainda bem que, mesmo longe, são família, e eu fiz questão de avisá-los que não teria frescura nenhuma. Além de nós 14, havia mais 9 pessoas... doideira total, mas mesmo assim, conversando fui terminando de fazer a janta. Eles tinham trazido queijos, embutidos, vinho, e sobremesas. Estava lá a FAMÍLIA TONELLI. Eles são primos de primeiro grau do Renato. Tony e Mario – filhos do Zio Aldo e da Zia Aurora, um casal simplesmente fascinante, super agradáveis que nos receberam pelo menos duas vezes na casa deles. Uma vez eu com meus 3 filhos, e a segunda o Marco. Tony (projetista de indústria aposentado) com a esposa Fiorenza, (secretaria em empresa), sua filha Alessandra (Trabalha na Suzuki setor marina, sua outra filha Francesca, seu marido Sylvain e seu filhinho da idade do Luca, Tobias (nascido em fevereiro) – Ela, professora de Italiano, na França e ele formado em podologia – e morram numa cidadezinha de 500 habitantes perto de Turim, mas do lado francês dos Alpes, Villarodin-Bourget, 73500, côté Bourget. Rossana, (trabalha com o marido), esposa do Mario (empresa de compra e venda de imóveis), uma simpatia também, bem falante. E Natalia, que conhecemos nesta data, ela é a viúva de Flávio, irmão mais novo dos irmãos. Eu sei que foi uma noite pra lá de agradável. Todos muito simpáticos, e se identificaram bastante com meus meninos e meninas. Comeram de tudo e gostaram de tudo, pelo menos é o que demonstraram. Servi também um monte de castanha de caju, que acabou rapidinho, de sobremesa goiabada cascão com catupiry e uma castanha de caju por cima, balas de coco, doce de leite e paçoquinha. Eu sei que foi uma comilança total. Rossana levou uns doces tipo sonho com creme, delicioso, (Zeppoline e uns biscoitos de amêndoas, Mombaruzzi). Tony levou um espumante, e 6 garrafas de vinho tinto, Fiorenza levou frios (deliciosos) e queijos italianos, e a Francesca trouxe da França uns queijos também. A caipirinha com pinga nossa e limão Taiti. Experimentaram a farofa que levamos, só faltou a couve! Eu até tinha pensado em levar, mas na última hora o Marco não foi na feira para comprar e desistimos desta iguaria. O Marco fez questão de levar nossa pimenta também, num vidrinho pequeno. Só imagino a cara dos funcionários da alfandega se por acaso pegassem nossas malas para revistar !!! A noite foi bem farta e para lá de deliciosa. 
Fiquei com vontade de acrescentar um pedaço do blog de nossa viagem de Jan 1989, eu e as 3 crianças pequenas, quando demos uma passada na casa dos Pais do Tony e Mario. "Descemos do trem em "Porta Nuova", em Torino, e fomos subindo até o saguão, procurando uma pessoa parecida com Zio Aldo. Esperamos no alto da escada perto da saída um tempão e nada! Deixei as crianças e as malas num canto da estação – muito contra a vontade do Beto. Fui numa livraria e troquei em cédulas de 1.000 a minha de 10.000 L. Expliquei para o bilheteiro que precisava chamar uma pessoa: como fazer? Ele me indicou o alto falante no cais nr 1. Fui até lá e pedi para anunciar “Zio Aldo”. Pedi até para a moça me trocar a nota de mil liras para poder comprar 1 “gettone”. Ela não trocou, mas me deu uma. Agradeci muito e voltei para junto das crianças que estavam super inseguras." 
Após mais uns 15 min. de espera, decidi ligar. Falei com Zia Aurora, e ela me disse que tinham informado ao Tio que o trem pararia na “Porta Nuova” e não “Susa”. Mas era para a gente esperá-lo no bar da estação que ele logo estaria conosco. Foi o que fizemos. Logo depois com o escuro da noite e um frio de -6°C, acrescido da “fifa” de me encontrar sozinha neste lugar, chega um homem de sobretudo e chapéu quase que correndo em nossa direção. Só podia ser ele. Levou-nos para casa e lá finalmente descobri Tia Aurora. Que casal lindo! Lindo de coração! Uma gracinha. Fomos super bem recepcionados, como se fôssemos velhos amigos. Ela tinha feito um banquete para nós naquela noite, e dormimos os 4 numa cama de casal. Na noite seguinte aceitei levar o sofazinho de 2 lugares da sala e colocamos no quarto. Duda dormiu lá e nós ficamos um pouco melhor.
Foi muito bom tê-los conhecido, umas pessoas super simples e de coração aberto. Não se irritaram com as crianças nem uma vez, trataram-nas com muito carinho. O Tio nos colocou no trem – literalmente – escolheu os lugares e deixou-nos com muitos abraços. Quando chegamos à Porta Susa, lá estava ele, para nos dizer adeus mais uma vez!  E me alertar que se o trem fosse rápido podia ser que tivesse um suplemento para pagar, mas depois de se certificar, ele confirmou que não. Dois minutos depois saiu o trem definitivamente e demos-lhe nosso último adeus! ...” 
5 anos depois, em Maio 94, Marco teve a oportunidade de encontrá-los também. "Como parte do turbilhão de emoções por que passamos naqueles momentos, uma particularmente me tocou: lá pelas tantas, Zia Aurora me levou para o quarto em que os hospedara, mostrou-me as acomodações, como que esperando uma aprovação. Foi então que abriu uma gaveta da cômoda, e dela retirou, perfeitamente limpa, passada e dobrada uma pequena camisa branca que o Roberto havia esquecido quando lá estivera! Ela a guardara cuidadosamente por todos esses anos, na esperança de devolvê-la um dia... 
Eu sei que acabaram saindo mais de 11hs todos muito felizes com este encontro tão especial. Queria muito ter feito um vídeo na hora, mas a Paula estava viajando e o Renato e a Maria não tem celular com essa possibilidade. Então fiz um vídeo da família deles e mandei para Paula e Claudia, mostrar para os pais.
Depois que saíram, todos me ajudaram a colocar a cozinha em ordem e rapidamente estava tudo limpo para a gente ir descansar, pois o próximo dia também seria puxado.

Comments

Marco
2020-03-12

Desde 1989, com 4 gerações de Tonelli e outras 4 de Nahas/Martorelli. Notável, não!?

Marco
2020-03-12

E a feijoada, com 100% de ingredientes trazidos do Brasil e inteiramente preparada na Itália... Inédito?

Madeleine (Toulouse)
2020-03-15

Quel beau 'blog' ... j 'apprécie beaucoup toutes les indications sur la ville, les lieux (je voyage sans me fatiguer : merci Chris)

Débora
2020-03-15

Foram realmente momentos maravilhosos em família! Amei o registro das viagens anteriores de vcs pra lá!

2025-02-17

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